Quarentena

Aqui em casa estamos as duas em isolamento, o pai continua a trabalhar. A parte de estar fechada em casa não me está a custar como pessoa singular, custa-me como mãe de uma criança de 2 anos e meio! Eu sou uma pessoa caseira, entretenho-me bem dentro de quatro paredes. A Caetana também é uma criança que se aguenta em casa mas, nos fins-de-semana pré quarentena saímos todos os dias, nem que fossemos apenas ao café ao fundo da rua e vissemos apenas 2 ou 3 pessoas, apanhávamos ar!

Neste período de isolamento tal não está a acontecer. Acho mais fácil não sair de casa mesmo do que sair só aqui à porta para passear o Óscar. Sair para passear o Óscar ou porque está sol estimula a vontade de sair para outros sítios não permitidos! Para além da logística de chegar a casa, descalçar, despir e tomar banho com uma criança desta idade. Saímos no primeiro dia, antes das recomendações sobre a roupa, quando apenas se pedia isolamento social e saímos no dia em que nevou. Fomos à porta de casa, aproveitar durante um bocadinho a neve que caiu durante a noite e deixou um lindo manto mesmo aqui!

Nos outros dias, o que fazemos tantas horas em casa?

Não fazemos atividades orientadas porque Caetana demonstra pouco interesse! Fizemos, a custo, o arco Íris: iniciativa começada em itália e trazida para o nosso país, com a mensagem de que ‘vai ficar tudo bem’. O resultado final não está péssimo atendendo à idade da Caetana. O péssimo foi a sua execução.

Desenhei com canetas de feltro e pedi-lhe que pintasse. Caetana aproximou-se, eu orientei que cores deveria utilizar em que sítio, ela fez dois risquinhos e disse-me ‘já está’. Com aquele ar de ‘ok, eu até quero fazer mas não gosto de pintar só no espaço que estás a dizer’, ela gosta mais de rabiscar (e na folha toda)!

E eu fui insistindo para pintar mais um pouco e ela foi fazendo um ou outro risco de cada vez que eu insistia.

Resultado final do 1º arco-íris

Plano B:

Eu pintei outro, recortei e colei espaçado [percebi depois que deveria ter carregado mais na pintura e deveria tê-lo feito logo na folha final: não recortar e pintar como fiz].

Início do plano B – a minha parte

A minha ideia foi ir de encontro ao gosto da Caetana, utilizando uma técnica ‘mágica’

A técnica consiste em pintar/ desenhar com lápis de cera. No final, cobrir toda a folha com tinta, de preferência preta. Idealmente a tinta não adere ao lápis de cera, preenchendo apenas os espaços brancos da folha [daí o arco íris estar espaçado]. As crianças pintam mas ao não aderir dá a sensação de magia.

E aqui sim, Caetana preencheu toda a folha. Pintou com o pincél, estampou e pintou com as mãos. Fez tudo e mais alguma coisa e, acima de tudo, duvertiu-se. Mas o resultado final ficou bem longe das expectativas por falha minha – ou não carreguei bem nos lápis de cera, ou estes seriam de pouca qualidade não tenho a certeza. Também não tínhamos tinta preta, o mais escuro era roxo. Mas ok, a atividade em si correu bem. Caetana pintou, com vontade, toda a folha!

Foi a primeira e última atividade orientada da quarentana [poderei mudar de ideias mas até agora tal ainda não aconteceu].

Optei por passar (só) a deixar os materiais visíveis/ à disposição. Por vezes coloco alguns brinquedos/ objetos mais visiveis de propósito. O que está visível mas fora de alcance – num local mais alto, como tintas por exemplo – permite a Caetana ver e pedir, para nós podermos dar e acompanhar!

Mas nem só de atividades se passa um dia. Aliás, por aqui vive-se muito pouco de atividades. O dia é maioritariamente passado a brincar ou a explorar.

Correr e andar de triciclo dentro de casa passou a ser permitito, saltar de mesas para cama/ sofás também. O quarto de brincar e a sala sofreram alterações temporárias para haver mais espaço livre! Casa arrumada, no máximo, duas vezes por dia: durante a sesta de Caetana e à noite, quando vamos todos dormir. Durante o resto do dia só se dão jeitos aos brinquedos quando há demasiadas peças no chão que não permitam outras brincadeiras.

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